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3 Novas Tendências na Produção Audiovisual

A indústria audiovisual está passando por uma revolução tecnológica como nunca vista antes. Novas ferramentas e formatos de produção estão redefinindo a forma como filmes, séries e conteúdos digitais são criados e consumidos. A ascensão da inteligência artificial, o crescimento de experiências interativas e o avanço da realidade aumentada estão moldando o futuro do setor, trazendo tanto oportunidades quanto desafios para profissionais da área. Essas inovações não apenas aprimoram processos técnicos, mas também transformam a relação entre criadores e espectadores. Com a IA automatizando etapas de produção, vídeos interativos permitindo novas formas de narrativa e a realidade aumentada ampliando a imersão do público, a forma como consumimos entretenimento nunca mais será a mesma. No entanto, é essencial considerar os impactos dessas mudanças, desde questões éticas até o equilíbrio entre tecnologia e criatividade humana. Aqui, serão exploradas três das principais tendências que estão moldando o futuro da produção audiovisual: o impacto da inteligência artificial no setor, o crescimento dos vídeos interativos e imersivos e como a realidade aumentada está mudando o consumo de vídeos. Como a IA está transformando o setor audiovisual A inteligência artificial já não é mais uma promessa distante no cinema e na TV, ela se tornou uma ferramenta real e altamente impactante na produção audiovisual. Do roteiro à pós-produção, a IA está sendo usada para otimizar processos, reduzir custos e expandir as possibilidades criativas. No entanto, essa revolução também trouxe desafios e preocupações para a indústria, como ficou evidente na greve dos roteiristas e atores de 2024. Embora a IA possa facilitar certas etapas do processo de criação, seu uso indiscriminado levanta questões éticas e econômicas que não podem ser ignoradas. IA no cinema: da dublagem à recriação digital de atores Os lançamentos recentes “Emilia Pérez”, “O Brutalista” e “Entrevista com o Demônio” são exemplos de como a inteligência artificial já está sendo aplicada de formas inovadoras. No musical “Emilia Pérez”, dirigido por Jacques Audiard, a IA foi usada para melhorar a sincronização labial das músicas dubladas, garantindo que o inglês dos vocais se encaixasse perfeitamente nas performances originais em espanhol. Essa tecnologia, conhecida como “voice-sync AI”, utiliza algoritmos avançados para analisar e ajustar os movimentos labiais dos atores, tornando a dublagem praticamente imperceptível. O impacto desse tipo de tecnologia pode ser enorme para a distribuição global de filmes, eliminando barreiras linguísticas e tornando as produções mais acessíveis para públicos de diferentes países. No entanto, críticos alertam que essa mesma tecnologia pode ser usada para substituir dubladores humanos, ameaçando um setor já altamente competitivo. Já em “O Brutalista”, estrelado por Adrien Brody, a IA generativa e técnicas de deepfake foram utilizadas para envelhecer e rejuvenescer os atores ao longo das décadas, sem a necessidade de próteses ou substituição de elenco. Essa abordagem já havia sido explorada em filmes como “O Irlandês” (2019), de Martin Scorsese, mas as novas tecnologias permitem um nível de realismo e eficiência muito maior. Em vez de meses de pós-produção para cada cena, agora é possível modificar a aparência dos atores quase em tempo real. Isso não apenas reduz custos, mas também abre novas possibilidades narrativas, permitindo que cineastas contem histórias que atravessam longos períodos sem limitações logísticas. No entanto, há um alerta importante: se estúdios começarem a utilizar essa tecnologia de maneira excessiva, atores mais jovens ou até mesmo mais velhos podem perder oportunidades de trabalho, já que papéis podem ser preenchidos com recriações digitais de estrelas mais antigas. No terror “Entrevista com o Demônio”, a IA ajudou a recriar fielmente a estética de programas de TV dos anos 70, adicionando efeitos visuais sutis, como ruídos de transmissão e texturas de película envelhecida, que tornaram a ilusão ainda mais convincente. Esse uso da IA para recriação de estilos visuais do passado pode ser revolucionário para a indústria, possibilitando que diretores simulem qualquer era com precisão sem depender de equipamentos analógicos ou processos demorados de pós-produção. No entanto, ao facilitar tanto a recriação de estéticas passadas, a IA pode encorajar um excesso de nostalgia e reduzir a demanda por inovação visual genuína. Se a IA for usada como um atalho para recriar o passado em vez de inventar novas linguagens cinematográficas, o cinema corre o risco de se tornar um ciclo repetitivo de reciclagem de estilos antigos, fora o impacto na empregabilidade de profissionais especializados em técnicas tradicionais. Diretores de fotografia, designers de produção e artistas de efeitos práticos, que antes eram essenciais para recriar uma época com autenticidade, podem perder espaço para soluções automatizadas. Isso levanta um debate importante sobre o equilíbrio entre inovação tecnológica e a valorização do trabalho humano na indústria cinematográfica.  A greve de 2024: os limites da IA na indústria Se, por um lado, a inteligência artificial abre novas possibilidades para a produção audiovisual, por outro, ela também gera preocupações sobre o impacto no mercado de trabalho e na originalidade artística. Em 2024, o Sindicato dos Roteiristas (WGA) e o Sindicato dos Atores (SAG-AFTRA) entraram em greve por meses, e um dos principais motivos foi justamente o uso da IA no entretenimento. Os roteiristas temiam que estúdios passassem a utilizar IA generativa para criar roteiros baseados em modelos preexistentes, reduzindo a demanda por escritores humanos. Já os atores protestavam contra o uso de deepfakes e digitalizações de sua imagem sem compensação adequada, exigindo garantias contratuais para proteger seus direitos de imagem no futuro. A preocupação central era que estúdios começassem a substituir trabalhadores humanos por soluções automatizadas, tratando a IA como um substituto e não como um complemento à criatividade. Durante as negociações, relatos indicaram que grandes estúdios estavam experimentando IA para gerar roteiros preliminares, que depois eram ajustados por roteiristas humanos. Embora isso pudesse acelerar o processo criativo, os roteiristas argumentavam que essa prática minava a originalidade e o valor do trabalho humano. Além disso, a possibilidade de estúdios escanearem rostos e vozes de atores para criar performances digitais sem envolvimento contínuo gerou receios sobre a substituição da atuação tradicional. O impasse levou a negociações intensas, resultando em novas diretrizes sobre o uso da tecnologia no … Read more

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