August 2023 – Empresa Júnior PUC-Rio

McDonalds e o mapeamento de processos

O McDonald’s é o primeiro nome que vem à mente quando se fala de padronização associada ao sucesso. A rede de fast-food mais conhecida do mundo se destaca pelos seus processos muito bem mapeados, o que significa que uma unidade no centro de São Paulo e outra em Tóquio realizarão a mesma sequência de atividades para produzir um combo de Big Mac, o hambúrguer mais famoso do mundo. Quer entender melhor como o mapeamento e otimização de processos funcionam nessa rede de fast-food que possui mais de 40.000 unidades espalhadas pelo mundo? Então, não deixe de ler esse texto até o final! Importância do mapeamento de processos O mapeamento de processos é essencial para uma empresa, uma vez que ele é capaz de mostrar o fluxo de tarefas que ocorre dentro de determinado segmento já existente. Utiliza-se a notação de modelagem de processos de negócios (BPMN), uma representação visual de uma sequência detalhada de atividades de negócios e fluxos de informação necessários para concluir um processo. Assim, é possível compreender e institucionalizar todos os cargos envolvidos que fazem parte deste processo e suas respectivas demandas. Os principais pontos de observação durante o mapeamento de processos são: Vale ressaltar que esses mapeamentos precisam ser feitos de maneira fidedigna com o que acontecesse no dia-a-dia da empresa mapeada. É comum, em um ambiente de trabalho, se deparar com tarefas que são idealizadas de uma forma, mas na prática ocorrem de uma maneira completamente diferente. Mapear o que de fato está ocorrendo é de extrema importância uma vez que os gargalos e falta de otimização existentes são apenas visíveis quando se olha o processo na prática. Diante disso, fica fácil compreender o porquê de cada vez mais empresas optarem por mapear os seus processos. Corrigir defeitos e gargalos estão sempre entre as prioridades dos donos de empresas e os mapeamentos de processos podem ser grandes aliados na hora de tratar essas questões. Como otimizar os processos empresariais Para otimizar os processos de sua empresa, algumas ações simples e que estão intrinsecamente ligadas entre si podem produzir resultados consideráveis e satisfatórios: O McDonalds Em 1948, nascia o McDonald’s, fruto da parceria entre os irmãos Richard “Dick” e Maurice “Mac” McDonald’s. O restaurante vivia lotado e despertou a atenção do empresário Ray Kroc, que firmou um acordo para vender franquias da marca. Ray percebeu que os irmãos McDonald’s não estavam satisfeitos com o estabelecimento e enxergou naquele restaurante a semente embrionária de uma possível cadeia de lojas, mapeando, assim, o processo produtivo dos lanches e implementando uma padronização dentro das franquias.  Ray Kroc acreditava que os irmãos McDonald ‘s possuíam a fórmula para o sucesso e por isso decidiu investir no projeto em 1954. Cada franquia aberta por Ray retornaria 0,5% de seu faturamento para os irmãos. Com a chegada dos anos 1960, o McDonald ‘s já faturava 56 milhões de dólares por ano e Ray decidiu adquirir a rede de fast foods, fazendo propostas para os irmãos fundadores e, eventualmente, se tornando o único dono do negócio. Fast Food O conceito de “comida rápida” surgiu com a necessidade do McDonald’s de se elevar a um patamar acima de seus concorrentes na época. Tornar o processo mais ágil sem que houvesse uma perda de clientes não era uma tarefa fácil, mas a famosa rede do palhaço não chegou ao sucesso que possui hoje sem superar desafios em seu caminho. Com isso, visando tornar o processo mais eficiente e os custos menores, o McDonald’s começou a trabalhar em um modelo que se tornaria referência para as redes de lanchonetes do mundo inteiro: Com a aplicação desse modelo, o McDonald’s pode se diferenciar de seus concorrentes e entregar seus produtos de uma forma muito mais ágil e mantendo a qualidade característica da marca. Outro fator decisivo para o crescimento exponencial da rede foi o preço dos produtos comercializados que era mais barato se comparado aos demais do mercado na época. Isso era possível graças a todas as reduções de custos promovidas pelo modelo de negócio proposto e que impactou positivamente nas vendas dos tradicionais hambúrgueres. Padronização dos processos Mas afinal, porque o McDonald’s foi capaz de se expandir tanto e atingir tantos locais diferentes ao redor do mundo todo? A resposta para isso reside no fato de que o restaurante possui, além de uma estética internacional que impulsionou a marca, um gerenciamento de processos muito bem definido. Com isso, se estabelece uma cultura organizacional que consegue sobreviver a qualquer idioma, cultura ou região. A padronização dos processos do McDonald’s é notória. Já experimentou viajar para fora do Brasil e visitar uma unidade da famosa rede dos arcos dourados? Seja nos Estados Unidos, seu local de fundação, na França, no Japão, na África do Sul ou em qualquer outro país no qual a rede esteja presente, os alimentos de fast-food são preparados da mesma forma. Claro, existem algumas variações muito pequenas provenientes de adaptações necessárias para adentrar o mercado internacional, mas no geral, os processos seguem essa padronização ressaltada. Os empreendedores de hoje têm muito a aprender com o caso McDonald’s. Casos de clientes que vão a um estabelecimento e se encantam com o serviço/produto ofertado, mas acabam se decepcionando quando frequentam uma outra unidade do mesmo estabelecimento e não encontram o mesmo capricho, a mesma agilidade, a mesma otimização. Padronizar a qualidade dos processos é imprescindível para empresários que possuem mais de uma unidade dos seus empreendimentos. Mesmo os empreendimentos que possuem apenas uma loja também necessitam dessa padronização uma vez que os consumidores merecem ser atendidos da melhor forma, sem distinção. O produto entregue ou o serviço vendido deve ser o mesma para todos os clientes e os processos empresariais não podem ser um impeditivo para que isso se concretize da melhor forma.  Dessa forma, com um mapeamento bem estabelecido e os processos otimizados voltados para o melhor funcionamento das atividades empresariais, a padronização surgirá quase que de forma natural. O acompanhamento contínuo e um olhar mais estratégico são essenciais para que os gargalos não … Read more

Como o conceito ESG é abordado pelas grandes multinacionais

Responsabilidade social, ambiental e de governança. Se antes as empresas pensavam individualmente nesses três tópicos, nos últimos tempos, com o desenvolvimento das chamadas “práticas ESG”, esses temas viraram prioridade nas agendas dos funcionários c-level. O ESG, cujas siglas representam as iniciais de Enviromental, Social e Governance, ganhou notoriedade à medida que os desafios globais, como as mudanças climáticas e as desigualdades sociais se tornaram mais explícitas, fazendo com que empresas e investidores abordassem ações de responsabilidade social, ambiental e corporativa. Mas, o que exatamente significa ESG? E como ele está ditando o futuro das grandes empresas multinacionais de forma tão rápida e intensa? O que é ESG? ESG, como dito anteriormente, é a sigla em inglês que representa as iniciais de Enviromental, Social e Governance. Basicamente, são ações de responsabilidade socioambiental que as empresas adotam a partir desses três pilares a fim de promover um desenvolvimento sustentável, tanto para o presente, quanto para as gerações futuras, a fim de que elas possam usufruir do que produzimos hoje e aprimorá-los nas próximas décadas. O primeiro pilar de ESG é o ambiental. Nele são baseadas as ações de sustentabilidade corporativa. São as ações das empresas que envolvem comportamentos voltados à pegada ecológica das empresas, ou seja, ao consumo dos recursos naturais, emissão de carbono e outros gases, eficiência energética, gestão de ruídos e poluição do ar e da água. O segundo pilar é o social, que observa as ações de responsabilidade social corporativa, ou seja,  como as corporações lidam com temas como inclusão e diversidade, levando em conta as relações da empresa com seus funcionários e as relações dos funcionários entre si. Além disso, são consideradas as relações da empresa com seus stakeholders. Este pilar tem ganhado notoriedade, uma vez que, cada vez mais os consumidores e os investidores buscam empresas que tenham responsabilidade social, prezando pelo bem estar físico e mental de seus colaboradores. O último pilar é o da governança, que tem por objetivo avaliar o administrativo e a gestão da empresa, considerando a política de remuneração da empresa e a diversidade do conselho tomador de decisões. Outro fator importante é a transparência e ética da instituição, principalmente na proteção de dados e informações de seus clientes, funcionários e acionistas, garantindo segurança à esse material. Esse aspecto busca entender como a empresa é gerida pelos administradores. A governança também busca entender os interesses e necessidades dos empregados e dos stakeholders da empresa, buscando associar a lucratividade com os interesses desses grupos.  ESG nas práticas das empresas A marca de cosméticos e perfumaria, Natura, é uma empresa brasileira com mais de três décadas de história e, em 2022, chegou a estar entre as 20 marcas de beleza mais valiosas do mundo, de acordo com a Brand Finance. Olhando pela lente das práticas ESG, a Natura é uma referência global quando falamos sobre empresas comprometidas com a adoção dessas medidas e como as utilizam de forma estratégica em suas ações. No dia 28 de junho, a Tátil, um escritório referência em design no Rio de Janeiro, promoveu uma live em conjunto com a Maria Paula Fonseca, ex-diretora global de marca da Natura, com 28 anos de experiência na empresa. Durante esse evento, o CEO da Tátil, Fred Gelli, e Maria Paula trouxeram uma provocação interessante ao discutirem sobre Inteligência natural e ESG em meio à crescente onda da inteligência artificial. Fred utilizou uma metáfora interessante para discutir sobre modelos e estratégias de negócios ao falar que a natureza é “obcecada” pela economia, explicando que apesar da competitividade se fazer presente em meios naturais, a colaboração e a troca são igualmente importantes. Ele exemplifica a partir dos corais, os quais dependem da diversidade para sua permanência e saúde. Essa abordagem de cooperação, quando aplicada no mercado, pode ser uma poderosa forma de atrair e conectar o público à marca, despertando desejos e emoções genuínas e, consequentemente, garantindo maior relevância no mercado. Seguindo essa lógica, Maria Paula ressaltou a importância de colocar a vida no centro das tomadas de decisões. Trazendo seu olhar de alguém que foi responsável pelo planejamento e criação de posicionamentos globais, narrativas, design de produto e experiência de marca, ela comenta sobre a complexidade na construção da marca Natura Ekos. Essa linha de produtos está estabelecida no mercado há 20 anos e por carregar uma história e atividades profundas, a ex-diretora reflete sobre como apresentar a essência dessa marca aos consumidores. A união entre áreas como o design e o marketing é um dos meios que utilizam para materializar esse projeto de maneira adequada e, por isso, tem sido um dos destaques da empresa. A Natura Ekos propõe uma linha de produtos que está alinhada com a causa da regeneração da Amazônia através de um plano estratégico que viabiliza a produção na escala necessária ao mesmo tempo que investe e remunera as comunidades envolvidas no processo. Entre 2011 e 2020, movimentou mais de 2,14 bilhões de reais na região e atingiu mais de 7000 famílias, o que demonstra que práticas como essa, quando bem estruturadas, permitem a evolução da economia aliada à prática socioambiental. Legislação a respeito do ESG No ordenamento jurídico brasileiro não há uma legislação específica a respeito do ESG, entretanto, com a popularidade que essas siglas ganharam, a sustentabilidade corporativa e a responsabilidade socioambiental em ambientes empresariais passaram a ser abordadas pela legislação.  Como um primeiro exemplo, temos a lei das S/A. O objetivo dessa lei é regular as sociedades anônimas que podem ser conceituadas como pessoas jurídicas de direito privado cujo capital é dividido em ações, com as quais os acionistas possuem responsabilidade limitada. Embora promulgada em 1976, essa lei demonstra grande preocupação com o papel social dessas empresas, pela teoria institucionalista, mais do que o interesse dos acionistas, é necessário pensar no interesse dos stakeholders. Além disso, o parágrafo único do artigo 116 da lei afirma que: “O acionista controlador deve usar o poder com o fim de fazer a companhia realizar o seu objeto e cumprir sua função social, e tem deveres e … Read more

Agende um diagnóstico gratuito com especialista da EJ da PUC-Rio

Converse agora
Quer receber um orçamento personalizado?
Quer receber um orçamento para seu projeto de consutoria?